segunda-feira, 30 de junho de 2008

2º dia - o primeiro voo (29/06/08)

Às 8:30 o despertador toca. Apesar de ainda não ser para subir para a descolagem, tínhamos alguns assuntos a tratar. Enquanto eu e o Fernando Amaral fomos a Nis buscar a carrinha que tinha sido alugada, o resto do pessoal foi comprar mantimentos para aproveitarmos todo o potencial da casa onde estamos. Assim, gastamos menos dinheiro e estamos muito mais à vontade à hora das refeições.

Lá apanhámos então o táxi para ir até Nis. Ao regressar, reunimo-nos de novo para ir ao secretariado tratar das inscrições. O facto de termos chegado três dias antes do início da prova foi uma grande vantagem. Assim, há tempo para tudo, e o dia de treino oficial, que é já amanhã, é preparado com bastante mais descontracção.

Entretanto, a hora de almoço tinha já passado. Por esta altura, era possível ver algumas asas no ar. Com o céu cheio de cumulus, o dia parecia ter um bom potencial. Pegámos então nos lanches que a organização tinha fornecido e fomos almoçar para o parque de Niska Banja. Mas a vontade de voar era muita. E a quantidade cada vez maior de parapentes encostados à nuvem deixava os pilotos ansiosos por irem também para o ar. De seguida, deslocámo-nos a uma das descolagens com o propósito de a conhecer melhor

A ida para lá foi bastante demorada. Não é que seja longe, mas depois de sermos apanhados pela polícia a 56km/h numa estrada em que o limite, viemos a saber depois, era 40, decidimos ser mais poupadinhos. Trinta euros por dia, só em multas, ia sair-nos um bocado caro. A carrinha alugada provou ter sido uma boa escolha. Levou oito pessoas e cinco asas, sem qualquer problema, à descolagem. Ao chegar lá acima, o Fernando Amaral informou os pilotos de que tinham 15 minutos para estarem prontos para descolar. Foi feito um briefing passado esse tempo, com o intuito de definir objectivos para esse voo. Decidiu-se então que os pilotos iriam tentar aterrar a um dos terrenos perto da casa onde estamos hospedados, a mais ou menos dez quilómetros de distância. Passavam agora alguns minutos depois das quatro da tarde. Apesar disso, o dia estava já no fim. A térmica era bastante fraca e derivada e o vento entrava já com alguma força. O tecto baixo também não ajudava nada. Tendo conseguido ganhar alguma altura, tentaram sair. Só o Cláudio conseguiu aterrar no local predeterminado. No entanto, outros objectivos não menos importantes foram alcançados por todos os pilotos: ter uma ideia do local de voo e das suas condições, voar com outros pilotos que irão participar na prova, descontrair um pouco.

O jantar hoje já foi feito em casa. Depois de uma volta pelo parque aqui de Niska Banja, para digerir, voltámos para casa para descansar. Amanhã já se voa mais a sério. É o dia de treinos oficial e todos os pilotos vão querer estar no ar. Amanhã, Portugal vai mostrar como se voa.




domingo, 29 de junho de 2008

Vencedor à distância

A primeira demonstração da qualidade destes pilotos está feita.

Venha o Europeu.. "Até os comemos!!"

1º dia - A viagem (28/06/08)

Praticamente não se dormiu. O voo que íamos apanhar saía de Lisboa às 6:15 da manhã. Ainda sem luz na rua, encontrámo-nos no aeroporto. A equipa ainda não estava completa. Isso só aconteceria à chegada a Sófia, na Bulgária. De Lisboa saímos quatro: Cláudio Virgílio, Nuno Virgílio, Paulo Nunes e Pedro Pina. Os primeiros três como pilotos e o quarto como jornalista. Do Porto, a equipa técnica, constituída pelo Fernando Amaral e Lucília Pêgo, e dois pilotos, Américo Sousa e Cristiano Pereira.

À porta do Terminal 1 uma multidão de centenas, talvez milhares, de fãs aguardava-nos entusiasticamente. Vários helicópteros sobrevoavam o espaço por cima de nós, na tentativa de obter uma qualquer imagem nossa. À semelhança do Europeu de Futebol, todos os canais de televisão entravam em directo sem motivo aparente. O país tinha parado.

Infelizmente, estou a brincar. O aeroporto estava vazio. Aliás, àquela hora, não se esperaria outra coisa. Era Sábado, 4:30 da manhã, os primeiros aviões do dia descolavam às 6.

A escala era em Munique, pouco depois das 10 da manhã. De camisa cor-de-laranja, equipamento da EP, passeámos pelo aeroporto até à hora do voo para Sófia; em Portugal tínhamos deixado a prova de Castelo de Vide a meio. A duas mangas do final da competição, regressámos a Lisboa, abandonando assim as boas classificações que estávamos a alcançar. O Campeonato Europeu estava já muito próximo e o facto de representar o país falava mais alto.

Já na Bulgária, onde chegámos por volta das quatro da tarde, hora local, encontrámo-nos com o motorista contratado previamente pela FPVL, que nos levou para lá da fronteira búlgara, até Nis, na Sérvia. A meio da viagem, o Cláudio recebe uma boa notícia: venceu a primeira prova do Campeonato Nacional. No último dia de prova em Castelo de Vide, a manga tinha sido cancelada. Como após as outras duas mangas estava classificado em primeiro da geral, significava que seria o vencedor da prova; esta notícia deu-nos ainda mais motivação para o desafio que se aproxima.

Já o sol se punha quando chegámos a Niska Banja, a dez quilómetros de Nis, a segunda maior cidade da Sérvia. Instalados numa casa bastante agradável, era altura de descansar. O dia tinha sido longo e a noite não o ia ser tanto. Na manhã seguinte, teríamos que nos levantar cedo para tratar das burocracias.