Hoje fomos os primeiros a chegar à descolagem. Ainda não eram 9 da manhã quando acordámos. Ao olhar pela janela, apercebemo-nos que o dia ia ser muito bom. O céu já tinha alguns cumulus e estava bastante calor. Não perdemos tempo. Tomámos o pequeno-almoço e depois de passarmos pelo secretariado para levantarmos os lanches, fomos directamente para cima.
Não ficámos na mesma descolagem de onde saímos ontem. Andámos mais um pouco e fomos para uma mais à frente, maior, e que seria palco do dia de treinos de hoje. Segundo tínhamos sido informados, a organização iria fazer um briefing por volta das 12:30, para definir uma manga e para dar algumas informações sobre o local. Eram onze da manhã e já parecia haver térmica por todo o lado. Duas horas depois, ainda não havia sinal de elementos da organização para darem o briefing. Desconfiámos. Definimos então a nossa própria manga (a roxo no mapa).
Com pouco menos de 50 quilómetros, o percurso, de ida e volta, era interessante devido à semelhança que muito possivelmente teria com as mangas que se irão fazer ao longo da prova. Quando, finalmente, a janela definida pela organização abriu, confirmámos a boa decisão que tínhamos feito: a manga deles, a cor-de-laranja no mapa, era muito semelhante àquela que tínhamos definido e, para além disso, quando os restantes pilotos começaram a descolar, estava muito difícil de subir, não havendo nenhum a ter conseguido 
completar a tarefa. Aí, já os portugueses estavam a caminho da primeira baliza. Com o tecto acima dos 2000m, vento fraco, térmica de +6 e nuvem por todo o lado, os pilotos portugueses foram para o ar. A maior parte do voo foi feita em conjunto. Todos os pilotos conseguiram chegar à meta, exceptuando o Cristiano que, no entanto, ficou a apenas dois quilómetros desse objectivo: “Assim já queimei a ‘marreca’ para a competição. Marrequei hoje, já não marreco mais”.
Depois de aterrarem, os pilotos estavam visivelmente satisfeitos com as condições locais, apesar de afirmarem que, para o final, havia térmica bastante trabalhosa.
Para além do dia oficial para treinos, hoje era também o dia da cerimónia de boas vindas aos pilotos participantes neste Campeonato Europeu. Às 19:45, estávamos, juntamente 
com as outras equipas, prontos para começar a desfilar pelo centro de Niska Banja. Encontraram-se velhos amigos, com quem já não se falava há muito tempo, e outros nem tanto, com quem se tinha estado há algumas semanas. Qualquer que fosse o caso, o ambiente era de festa. Aqui, a competição não existia. Aqui, era o simples gosto por voar que nos unia.
A seguir à cerimónia estava prevista uma festa no secretariado com música ao vivo e muita animação. Passámos por lá a seguir ao jantar. Apesar de muito agradável, amanhã é dia de voo. O descanso é essencial e por isso não nos demorámos muito. Amanhã é voar para ganhar.
